Domingo, 16 de novembro de 2025

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EM INVESTIGAÇÃO

PF investiga celular de segurança que pode ter sido usado por lobista para negociar sentenças

 

A Polícia Federal realiza perícia no celular apreendido com o sargento aposentado da Polícia Militar Dejair Silvestre dos Santos, detido na última sexta-feira (6) em Primavera do Leste, durante a Operação Sisamnes. O militar, que trabalhava como segurança do lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, foi preso em flagrante por obstrução de Justiça após tentar esconder o aparelho durante o cumprimento de mandado judicial.

 

De acordo com as investigações, há suspeitas de que o celular era utilizado por Andreson para continuar intermediando supostas negociações de sentenças judiciais mesmo em prisão domiciliar. A Polícia Federal trabalha com a hipótese de que o lobista mantinha contatos com magistrados e intermediários de dentro de casa, utilizando o aparelho apreendido com o segurança.

 

Conforme apurado, Dejair tentou se livrar do telefone ao perceber a chegada dos agentes federais. Ele chegou a negar possuir o dispositivo, mas, durante buscas, os investigadores encontraram um carregador conectado à tomada e, em seguida, localizaram o celular escondido.

 

Por decisão do ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), o sargento teve sua prisão em flagrante convertida em preventiva. O conteúdo do aparelho está sob análise pericial e o caso segue em sigilo judicial.

 

A Operação Sisamnes teve início após o assassinato do advogado Roberto Zampieri, em dezembro de 2023, em Cuiabá. Durante as apurações, o Ministério Público encontrou no celular de Zampieri mensagens que indicavam possíveis tratativas de venda de decisões judiciais, envolvendo o lobista Andreson Gonçalves.

 

Andreson havia sido preso em novembro de 2024, acusado de ser o principal operador de um esquema de comercialização de sentenças no Superior Tribunal de Justiça (STJ), no Tribunal de Justiça de Mato Grosso e em outras cortes estaduais. Em julho deste ano, ele obteve o benefício da prisão domiciliar após apresentar laudos médicos que indicavam fragilidade em seu estado de saúde.

 

O avanço das investigações agora busca confirmar se, mesmo de casa, o lobista manteve suas atividades ilícitas com o auxílio de seus seguranças e intermediários.

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